*porque é que os dias têm que ser tão bonitos e a dor tão cruel
Os dias começam a ser maiores e quando o sol decide aparecer, traz com ele aquele cheiro agradável de primavera! É a época do ano que mais gosto, quando os dias trazem mais horas de sol, e com ele vêm o calor que aquece tudo à sua volta. Sair à rua é um sentimento tão agradável, ver as flores a desabrocharem nas árvores, tudo parece mais bonito e encatador. Poder começar a largar roupas mais quentes, casacos pesados e aos poucos ir passando para as mais ligeiras e mais bonitas. Andar na rua e sentir o sol na cara, o vento nos cabelos e sorrir por ser mais um dia com sol. Porém só me traz mais saudades e nostalgia. A tua falta é cada vez mais sentida, é a minha época favorita na qual tenho mais memórias da rotina e a dor de não ter isso é levada à revolta original. Porque é que têm que continuar a haver esta distância, porque é que esta dor só aumenta, porque é que apesar de as lições que já aprendi não se torna mais fácil, mas o contrário.
Tenho que esconder toda a dor num sorriso e ir arranjar a força as memórias para (sobre)viver mais um dia. É tão contraditório, sair à rua e ser inundada da boa energia do outono a acabar e a primavera a começar, mas ao mesmo tempo só cria mais dor para esta ferida de saudades.
Há dias que é tão esgotante fazer uma ginástica que acaba a dar em nada, acordar com o sol e sentir-me bem só que aquela dor permanece até ouvir a tua voz. Quero ser forte, se aguentei até agora depois de tantas buracos superados porque é que me deixo cair de tal maneira, na minha mente penso que é só um dia mau. É só mais um, desde quando é que voltei a tornar-me tão fraca, tão vunerável... Quero aproveitar, mas o vazio não desaparece e só quero fugir desta revolta que se instalou.
Pensar positivo, com o passar dos dias vêm uma alegria mas também a nostalgia e o medo do futuro...
São tantas as memórias, os momentos que quero voltar à rotina de te ter ao meu lado, ligar-te e dizeres que sim.
Mas nada disso é possível, só existe este vazio e distância no meu coração.