Casa Assombrada
A casa a sua frente parecia mais assustadora do que nunca. Ela passava por ali todos os dias, mas naquela noite era diferente, parecia mais misteriosa e emitia uma certa sensação de medo que fazia despertar a curiosidade.
-Esta noite está perfeita, que me dizes a entrarmos? – pergunta a Lilith a Katy.
-Eu não entro ali. – diz a Katy sentindo uma arrepio na espinha.
-Oh, deixa de ser medricas passas aqui todos os dias e agora estas a acobardar-te?
-Eu não me estou a acobardar, simplesmente não estou com vontade de entrar ali.
-Porque estás com medo. – diz a Lilith abrindo o portão e dirigindo-se a porta principal
A Katy como não queria ficar ali sozinha, por isso não teve outro remédio senão seguir a sua amiga.
Elas batem a porta principal e esta abre-se como por magia.
-Aw, vamos embora, por favor Lilith. – diz a Katy a tremer por todos os lados.
-Não, agora fiquei curiosa, quero ver se acontece mais algo extraordinário. – diz a Lilith segurando na mão da Katy obrigando-a a entrar dentro da casa.
A casa por dentro ainda era maior do que o que parecia por fora, o chão era de soalho que rangia com os passos das raparigas.
-Isto deve estar abandonado a anos, olha-me só para estas teias de aranha. – diz a Katy dirigindo-se para um canto da ala principal.
-Wouw, olha-me para estas peças, devem valer uma fortuna. – diz a Lilith que ia para tocar no objecto.
-Não toques! – berra-lhe a Katy – Pode ser perigoso.
-Deixa-te de pieguices, estar numa casa como destas é um sonho de qualquer adolescente.
A Katy com aquelas palavras passa a tremelicar cada vez mais que quase se ouviam os seus dentes a ranger. De repente a Katy ouve uma espécie de gemido e manda um grito e um salto.
-O que é que foi desta vez? – pergunta a Lilith
-Não ouviste um gemido?
-Sim, o gemido do teu medo. As casas assombradas não existem mete isso na tua cabeça! – diz a Lilith afastando-se e entrando num compartimento.
-Espera não me deixes aqui sozinha. – grita-lhe a Katy que vai para avançar mas não consegue mexer-se.
[Kathy]
Ela vira-se e vê que ficou presa numa mistela pegajosa, ela tenta libertar-se, mas sem sucesso. Ao seu lado vê um, não hesita em tira-lo do lugar para assim tentar cortar aquela substância pegajosa. Quando finalmente se consegue mexer ela começa a correr para encontrar a Lilith. Vai até ao compartimento onde ela tinha estado, mas não a encontra lá.
Ela tem que estar aqui, ela entrou e não saiu. Eu bem achei que não era boa ideia entrar nesta casa. As energias estão diferentes como se … - pensa a Kathy que olha pela janela - …noite de lua cheia. Isto não pode ser bom sinal, tenho de encontrar a Lilith e sair daqui o mais rápido possível.
Ela sai daquele compartimento disparada e começa a procurar a sua amiga no andar debaixo.
Nada, já virei isto do avesso e nada de Lilith, só me resta procurar na parte de cima. – diz a Kathy para si, começando o seu medo mais profundo a apoderar-se de si, mas mesmo assim arranja forças para subir as escadas.
“O medo não é ausência de coragem” dizia a Kathy na sua consciência enquanto percorria o corredor de cima. Ao contrário da ala de baixo, está tinha muita pouca luz e ar era muito mais pesado e espesso.
Ela começa a abrir as portas dos compartimentos. O 1º compartimento era um quarto com uma simples mobília que não levantava nada de suspeito como os 3 compartimentos seguintes. Ela estava a percorrer o corredor quando começa a ver uma luz ao fundo deste. Ela avança cuidadosamente para esta e entra num quarto repleto de bonecas, sente uma arrepio pela espinha acima e o frio começa a tomar-lhe conta do corpo. A porta fecha-se atrás de si, ela vira-se e vê uma espécie de fantasma flutuante a sua frente. Ela não teve reacção a não ser ficar a olhar para aquela coisa ao mesmo tempo que se sentia a congelar. O fantasma flutuava a volta dela como se a estivesse a examinar e ia segredando-lhe umas palavras esquisitas:
- *“Níor chóir go mbeadh ort isteach an teach, anois beidh tú ag fulaingt iarmhairtí. “
Chega a uma altura em que a Kathy se sentia um autêntico cubo de gelo. O fantasma acaba por se materializar e a sua frente via um homem alto, com os cabelos compridos, mas sem alma.
O fantasma agarra-lhe a mão e beija-a. Nesse momento a Kathy deixa de ser a Kathy, para passar a ser um fantasma como aquele que estava a sua frente. A alma de Kathy estava agora aprisionada num frasco ao lado de muitos outros que tiveram a triste ideia de investigar aquela casa em noite de lua cheia.
[Lilith]
Wouw, que peças lindas, é uma pena esta casa estar abandonada, é tão espaçosa. O que é aquilo a brilhar? – pensa a Lilith enquanto entra noutro compartimento.
Este desta vez era metade dos outros e tinha unicamente uma luz tremula vinda de um pequeno candeeiro ao canto do compartimento. O brilho que ela via, vinha do local mais escuro do compartimento. Este intensificava-se cada vez mais. O medo começa a apoderar-se dela, mas mesmo assim os seus membros inferiores começam a avançar apesar de ela toda estar paralisada.
Estava com tanto medo por causa de um diamante, que por sinal é muito lindo. – pensa a Lilith que naquele momento como que por magia sente o diamante a mexer-se no meio das mãos delas – Mas que raio? O diamante não para de se mexer e é sempre naquela direcção.
A Lilith começa a seguir a direcção que o diamante lhe mostrava. Sai do compartimento onde estava e volta para a espécie de sala onde tinha estado. Em vez de se dirigir para a porta que dava para a ala principal continua em frente e abre uma espécie de porta, que a primeira vista não o parecia. Lá dentro havia umas escadas e ela começa a subi-las.
A sua frente encontra um alçapão, ela empurra-o e fecha os olhos de repente devido ao pó. Assim que os abre novamente quase se ia desequilibrando devido a enorme escuridão. Ela vasculha os bolsos até que finalmente encontra o seu telemóvel. A luz que este emitia era muito pequena, mas este tinha lanterna, assim a Lilith começa a procura da definição onde se ligava. A lanterna do telemóvel ligava-se quando os seus olhos já se estavam a habituar a escuridão. O alçapão fecha-se atrás de si num estrondo, ela dá manda um salto, fazendo com que bata com a cabeça e que caia no chão desmaiada.
Ela acorda de repente e quando vai para se levantar bate novamente com a cabeça, mas desta vez não era num tecto. Ela começa a mexer-se e é ai +percebe que já não estava no mesmo lugar onde tinha desmaiado. Aquilo parecia-lhe uma espécie de caixa, pois tinha os gestos limitados.
Nesse momento ela começa a entrar em pânico, começa a bater nas paredes da caixa e a gritar como nunca gritou na sua vida. É então que ouve um ruído, o seu corpo fica paralisado, queria gritar, mas não sai um único som. O som que ela ouvia torna-se cada vez mais próximo, pára! Já só se ouvia a sua respiração ofegante que emitia angustia, medo e desespero.
Finalmente a Lilith manda um grito quando vê um homem com uma faca a abrir a caixa. Ele tinha a cara cheia de cicatrizes e um tom de pele de várias cores. Dum salto ela sai da caixa e começa a procurar uma saída, mas é impedida por um segundo homem que lhe aparece do nada e pelo fantasma da sua amiga Kathy. A Lilith para de correr e olha para o fantasma da sua amiga, ela não queria acreditar que aquela aberração era quem era. O fantasma da Kathy aproveita a oportunidade de ela estar quieta para a agarrar e a imobilizar.
Ela é colocada num mesa e são lhes presas as mãos e os pés enquanto o homem afiava umas facas e os fantasma sussurrava umas palavras :
-** “Beidh do bháis painful agus costasach. Beidh tú ag fulaingt an curse an tí haunted.”
A Lilith tentava libertar-se a todo o custo, mas quanto mais se mexia mais se aleijava nas correias.
-Kathy, o que te aconteceu? Eu sei que tu estás ai, eu sinto, por favor ajuda-me! Eu devia ter-te dado ouvidos, não devíamos ter entrado. – diz a Lilith com a esperança de a Kathy ouvir.
-Cala-te! – grita-lhe o homem.
A Lilith começa a entrar num choro de desespero profundo devido as dores horríveis que sentia das feridas que o homem lhe fazia com a faca.
A sua morte foi dolorosa e custosa. O homem da faca começou por ferir-lhe a pele, seguindo por lhe cortar alguns dedos e quando ela estava quase a desfalecer, o fantasma beija-a, roubando-lhe a alma tal e qual como a Kathy.
Os espíritos das duas amigas ficaram a vaguear pela casa assombrada eternamente…
* “Níor chóir go mbeadh ort isteach an teach, anois beidh tú ag fulaingt iarmhairtí. “ - Não devias ter entrado nesta casa, agora vais sofrer as consequências.
** “Beidh do bháis painful agus costasach. Beidh tú ag fulaingt an curse an tí haunted.” - A tua morte vai ser dolorosa e custosa. Vais sofrer a maldição da casa assombrada.