pequenos monstros
Uma folha branca à espera de ser completa por palavras capazes de significar algo. Por prosa ou poesia, por muitas ou poucas, com muito ou pouco floriado, com letra legível ou ilegível. Tantas formas externas pode haver, mas sendo a mais interna a mais importante de compreender.
Sussuros pronunciados ao de leve para o vazio, orações de almas perdidas à espera de um caminho certo para percorrer. Todos os dias as perguntas persistem em busca de respostas vagas, passando por desafios como se o planeta girasse ao contrário. Desejando nunca crescer, não enfrentar o ambiente fora da caixa, permanecer naquele lugar apertado e escuro, já sem medo, mas aconchegado e meio compreendido. Não um escuro de noite, essa que é penosa de passar, por não existir uma luz para seguir, por o ambiente que se cria ser propício a alimentar os pequenos monstros que passeiam pelas sombras.
Permanecer no escuro com os olhos fechados e no mundo do sub-consciente, onde a realidade não é tocável por longos momentos, um refúgio duradouro para escapar às turbulências do anterior. O recanto da caixa onde não existem limites, a beleza do escuro em busca do céu permanecendo na terra. Ansiando pela luz e com isso por pequenos passos continuar nos trilhos que irão dar à estrada. À procura de um caminho incerto, escapando às tentações, combatendo os pensamentos do anoitecer e por aí adiente.
Não sozinha, as forças faltam para lidar com uma parte não desejada, mas entranhada, precisando da minha luz guia. Caminhos junto a mim?