tempestade
As nuvens passam de um branco de neve para um cinzento carregado, escondendo o céu azul, diminuindo a luz natural. O céu começa a ficar carregado de nuvens escuras a anunciar uma tempestade a aproximar-se. As primeiras gotas de chuva começam a cair calmas e silenciosas molhando a terra seca, o vento começa a soprar mais forte trazendo o início da tempestade. As gotas de chuva começam a bater forte na janela, o vento passa de um assobio para um rugido e os primeiros trovões começam a formar-se ao longe. Mesmo com os fones postos é impossível não ouvir a tempestade a formar-se e ficar hipnotizada pela sua grandeza e energia. Pego no caderno e começo a escrever:
“Cativas-te o meu corpo e a minha alma com a tua ternura e delicadeza que mais ninguém conhece, foste apoderando-te de mim com os beijos e toques mais suaves, despertas-te o meu lado sentimental com os gestos mais queridos. Fizeste de mim uma pessoa melhor porque é contigo que eu sou mesma sem ter que me controlar.
O teu amor faz parecer a mais terrível das tempestades substanciada a uma vaga de pensamentos que me aquece o coração quando não estás. As tuas palavras mais doces tornam-se em belas melodias que fazem vibrar o meu corpo. Fazes com que o dia mais cinzento não pareça tão melancólico, lembrando-me que há sempre razão para sorrir.
Sonho vezes sem conta em nós os dois a passear-mos ao pôr-do-sol à beira-mar de mãos dadas. Há alturas em que parece tão perto e outras tão distante tal como quando sonho acordada contigo e deparo-me que é em pensamento.
Por causa de ti descobri o lugar onde me sinto bem, a teu lado, a amar-te com todas as minhas forças porque não te quero perder. Significas imenso, as palavras que escrevo com o pensamento em ti são um mero presente por me fazeres sorrir.”
Olho pela janela, a chuva cai inesgotavelmente, as nuvens passaram de um cinzento carregado para um preto, não há uma única fisga de raios de sol, a trovoada torna-se quase sucessiva. Uma tempestade que trouxe escuridão embora não apague a luz que me vicia.