apenas aqueles 5 minutos
Ela sentou-se no seu banco de jardim favorito. O tempo estava agradável, para o verão abafado que se fazia sentir, uma brisa fazia os seus cabelos esvoaçarem e explorar os vários tons de vermelho e laranja. Tinha algum tempo livre para puder fugir do mundo e puder escrever no diário de couro.
"Acordar é um pesadelo, fico sempre à espera da noite para que haja um pouco de silêncio. Sentir que estou minimamente bem comigo mesma e não esta desgraça de desespero que cresce a olhos vistos.
Não preciso de portas abertas, só quem tem a honra da sorte consegue encontrá-las. Fico agradecida por ter janelas, mas era preciso que elas permanecessem abertas. Porque vejo-me a ir ao encontro delas e depois um vento completamente inesperado vêm fechá-las ou desaparecem completamente da minha vista.
Juro que estou a esfolar-me para não voltar a cair naquele buraco, abraçar por completo o meu lado mais obscuro. Quero estar bem, mas não o estou. É de partir o coração ver como me sinto e ter que me resignar a esperar para que a sorte mude, mesmo continuando a lutar e sabendo qe desistir não é uma opção.
As sensações passadas não param de voltar, os sonhos com um futuro que esta constantemente a ser adiado. Símbolos qe voltam a ganhar ênfase e quererem marcar-se na minha pele. Uma luta sem descanso físico ou psicológico para não me afogar nesta frustração e desilusão constantes."