Olá Outubro
Em setembro abateu-se sobre mim a chamada vida de desempregada, o não sossego de ter vida em duas cidades e andar em constantes viagens, as crises existenciais da idade, ter tempo livre mas não o conseguir desfrutar comigo mesma para matar saudades.
Não, não consegui lidar bem com as coisas, a ansiedade e pressão fizeram sentir-se silenciosamente. Acabei por só conseguir fazer meia dúzia de coisas que queria, as outras ficaram pelo caminho da preguiça e não conseguir ter o mesmo entusiasmo. Mas não foi um mau mês, aproveitei o que me foi possível. Os dias em casa sozinha com o gato, com a liberdade de estar como queria. Os abraços, as conversas, os passeios, os lanches, as visitas.
Até um dos piores dias, onde o choro não parava, uma dor indescritível, esperar pelo apoio incondicional mas ter uma chuva de palavras que magoam e que nem sequer me pertencem. A depressão que já andava a rondar abateu-se. Decisões tomadas!
Outubro, a voltar a viver uma aventura. Fecho e início. A dualidade entre cerébro e coração. O pesar do comforto e saudade. O medo e entusiasmo. O amor e a falta. O estar comigo mesma, novamente.