Casamento

Aquele sonho desde pequena que não existiu. Tempos em que me fazia sentir um pouco fora da caixa, mas mesmo assim nunca mudei a opinião. Adoro vestir-me e sentir-me uma princesa, mas isso é possível quando se quer. 

Mesmo indo ao meu primeiro casamento há um mês atrás, continuo a não estar inclinada. É uma cerimónia linda, ter as pessoas juntas a viver aquele dia, o convívio e as memórias. No entanto, também é cansativo pela atenção exigida. E infelizmente, é necessário colocar as moedas na mesa e sendo a geração que sou, viajar é a opção e solução. 

Algo simples, intímo. Com o minímo de pessoas ou só mesmo só as pessoas da relação! Simplesmente um papel para ajudar nas finanças. Preferência para fazer uma festa, quase que como despedidade de solteira, onde existe a diversão e a intensidade do momento.

O fado, José Malhoa

Conversas à volta da mesa e do sofá, comida e bebida à mistura. Aos poucos as luzes começam a estar nos lugares estratégicos e a luz ambiente é reduzida. Uma atmosfera intimista, misteriosa e sensual.

Os quartos transformam-se para serem usados para diversão, luzes neon nos cantos criando a atmosfera perfeita para fotos e experiências sexuais. Mas na sala é onde tudo começa... Com a música, corpos começam a mover-se e a chamar pelos outros. Luzes ténues, criando as silhuetas de sombra. Silhuetas essas, de lingeries, de acessórios para brincar, de saltos altos, de corpos semi-nus. 

Rapidamente a acção começa a acontecer no quartos, cordas envolvidas em corpos, o som de chicotes e palmadas, o prazer intensificando-se. Flash das câmaras e olhares de luxúria.  Gradualmente as pessoas assumem papéis e exploram corpos, dando e recebendo prazer. Em todas as divisões do apartamento, algo acontece. Um ambiente fluído, corpos em transe que se guiam pelo fluxo da noite, corpos sexuais que procuram o prazeroso, a dor, o espasmo. 

Com o final da noite, de volta ao sofá, de volta às conversas entre comida. Corpos satisfeitos, cansados e deleitados.

Algo que esta a ser difícil lidar.

síndrome do impostor

o trauma que foi deixado, e agora em situações semelhantes é complicado não me deixar levar pela aquela espiral

ter uma rotina consistente , e "falhar" na pequenas coisas

Young Mother Sewing, Mary Cassat

No chão, ao pé da lareira, a brincar com as bonecas e os carros. Enquanto a mãe estava no sofá a fazer ponto cruz. Assim eram os finais de tarde quando os dia eram curtos e escuros. Aconchego e aprendizagem. Havia dias em que era a mãe a ensinar-lhe. No colo, atenta e curiosa, até apanhar o jeito. E com isso cresceu o gosto. As tardes continuavam à pé da lareira. Mãe e filha a fazer ponto cruz. Ou a filha a pedir à mãe para ler.

Não era só uma rotina, era o tempo de qualidade. Saborear enquanto durava. Passar ensinamentos, conversar, alimentar o vínculo de gerações. 

Filhos

Uma parte que faz com que os 20-30 seja uma fase da vida que é estranha. Enquanto algumas pessoas já têm filhos, a outra parte esta ainda a viver e navegar pela vida e definir o futuro.

Existe uma pressão, que não deveria porque as gerações são diferentes, tal como a sociedade. E nem se vá dizer que não querer ter filhos faz parte dos planos que aí caem os santos todos, por isso mais vale encolher os ombros. 

Relógio biológico é real, mas não quer dizer nada.

A minha opinião é que há bebés fofos, crianças que são suportáveis porque têm uma boa educação, e a adolescência irá sempre ser uma dor de cabeça. No entanto também existe o outro lado, quando a vida adulta para sustentar impede que haja tempo, depois é uma bola de neve porque não existe paciência ou dedicação, isso leva a que haja falta de maneiras e todos os traumas começam (e já basta a nossa geração e as anteriores andarmos a batalhar nestes campos que ninguém falava). São factores que não se tinham em consideração no passado, mas agora pesam e são bastante importantes! Construir uma carreira e ter estabilidade, quando tudo é tão frágil ao redor. Este mundo que a cada esquina são mudanças, a beira de crises constantes, um planeta de alterações, uma sociedade que esta farta de velhos padrões mas também não é capaz de aceitar os novos.

E é isto, porque obviamente sou feliz por quem os tens. Ao ser madrinha é um sentimento especial, ver o crescimento e sentir aquele orgulho. 

Eu sou esta pessoa, em que o meu filho é o meu gato!

Tal como o meu cão foi quando eu era criança e brincava a vesti-lo.

Palavras de sabedoria que trazes contigo

"Confiar no processo que é progresso"

Estas palavras são da Amanda, comprei um curso dela sobre astrologia, mais focado nas fases das lua e os signos. E sempre que ela dizia isto, eu parava e ainda paro quando as leio. Porque confiar é do mais difícil, especialmente quando tudo esta virado do avesso.

Plenitude

Tudo esta certo, ao seu tempo. Demora, e nem sempre é fácil manter a fé. Ou pode até acabar por não ser o esperado!

Naqueles momentos em que os pés estão bem assentes na terra e se sente a plenitude e o gosto pela vida. Segundos ou minutos ou horas. Mas é algo indescritível. É mágico!

O que te tira mais energia

incompetência. aquelas situações que podiam ser resolvidas facilmente, mas a pessoa atrás não é a melhor. 

andar às voltas e voltas, em vez de haver uma direção direta ao assunto!

Vamos lá a mais um desafio, começando já com o desta semana que vai um pouco atrasado e depois virá a que já passou  

Azul

Das minhas cores que mais memórias me traz! Tão reconfortante, tão leve, tão marcante, tão azul...

O céu azul, quando era pequena, e andava descalça no terraço a brincar e a olhar para o céu. 

O horizonte sem fim do mar, naqueles momentos em que se pensa na vida. 

O horizonte  infinito ao andar de avião, um azul no meio do branco. A primeira viagem e todo aquele nervosismo, a primeira vez com as malas às costas.

Os tijolos azuis e a água calma da piscina, ir entrando e ver as ondas a formarem-se e sentir a liberdade a chegar.

A persistência da Memória de Salvador Dali

Tempo que derrete. Tempo que teima em passar devagar ou passar depressa. Esse tempo que tanto tempo têm. Que nunca é suficiente, ou até é demasiado. 

Sempre a olhar para os ponteiros, até que a visão fica turva. Sem noção e andar no limbo do antes ou depois. O equilíbrio, esse vai e vêm...