Já andava a adiar este procedimento há anos, não só por medo, mas pela possibilidade do corpo rejeitar-se a si próprio. Em resumo curto, foi tirar gengiva do céu da boca e colocar na parte inferior da boca.
Extremamente assustada, já com traumas suficientes de quando tirei os dentes do siso. O que era suposto ser 1 hora passou para 3 horas, e de cabeça para baixo. Mesmo com a quantidade de vezes que tive que voltar a levar anestesia, ainda senti imensa dor que tinha que agarrar o meu corpo para contra balançar.
Dias passados à comida de bebé e sopa e enormes desejos por comida sólida! Felizmente, ao 4 dia já comecei a comer um pouco de pão. O pior não foi os pontos, mas a ferida aberta no céu da boca, constantemente a sangrar e com pontos à mistura (isto durante 1 semana!).
Este procedimento deitou-me completamente ao chão, a pessoa que não faz sestas passava o tempo a dormir de cansaço e de tão vulnerável que fiquei. Após 1 semana, aos poucos fui ganhando a minha energia de volta... Mas só passado quase 1 mês é que pude voltar a fazer exercício (mesmo que a gengiva inchasse com um pouco mais de esforço). 1 semana, a ferida do céu da boca começou a fechar. 2 semanas e todos os pontos tirados. 2 semanas e meia já estava a voltar a comer normalmente.
No entanto, foi um mês bastante duro. Completamente diferente de retirar um siso, terrível em ter uma ferida aberta e doer com a própria saliva ou a falar. Sentir-me presa à nível do que podia fazer e o quanto me podia mexer, porque no final de contas tem que haver cuidados porque o corpo tem que aceitar o próprio corpo.
Pelo menos tinha a companhia desta fofura diabólica!