Precisava de eternizar o que não seria capaz de dizer sem as lágrimas caíram, sem ir contra o juramento que tinha jeito, de despedir-me do amor da minha vida.
Sentada no aquário a observar o que Ussop, Luffy e Chopper tinham pescado, perco-me no pensamentos e desconecto com a realidade. Felizmente já todos tinham ido para os seus aposentos, eu fiquei para trás com a desculpa de arrumar o espaço e estar com os horários trocados por ter passado as últimas noites de vigia.
Quando não conseguia dormir, era para ali que escapava. Dava-me um sensação de calma e esperança. O meu corpo estava carregado de adrenalina, a minha mente acelerada de emoções e a alma a processar e a preparar-se.
Pego no caderno que trazia sempre comigo e começo a escrever. Quando acabo, limpo as lágrimas e vou respirar o ar da noite. A lua estava cheia, o que me acalmava a minha alma assegurando-me que este era o meu destino, e o meu coração aos poucos ia agarrando-se a todas as memórias que tinha passado no Thousand Sunny.
Abro a porta do quarto e ele encontrava-se de costas. Tinha acabado de tomar banho, as gotas de água escorriam por aquele corpo musculado, deixando-o ainda mais desejável, como se isso ainda fosse possível. Ele era um sonho materializado na terra.
Quando ele nota a minha presença sorri levemente e vem até ao meu encontro dando-me um beijo suave. Antes que ele escapa-se, agarro-lhe nos cabelos e beijo-o intensamente. As nossas línguas envolvem-se em segundos, o desejo que sentimos nunca diminuiu, só aumentava com cada vez que nos entregávamos um ao outro.
Ele tira-me o vestido que vestia, para ficar surpreso por não vestir nada por baixo. O jogo de o provocar e ver a sua reação a tentar manter a postura, era algo que não resistia. Em segundos a sua postura transformava-se em querer-me carnalmente, com um olhar e o sorriso preservo que me deixava logo a escorrer de tesão.
A toalha que trazia enrolada no anca, que dava ainda mais enfase-se aquele v caí no chão e o membro não esconde a sua dureza. Ambos queríamos tornar-nos num só. Empurro-o para cama e logo me sento em cima dele. Sinto cada centímetro a preencher-me, enquanto os nossos olhares estão concentrados e perdidos na imensidão um do outro. Puxo-me para ele, passando as minhas unhas pelo tronco e beijando-lhe o pescoço. Sem piedade ele pega-me na ancas e faz com que vá ainda mais fundo e que a minha respiração se comece a tornar ofegante.
Quero senti-lo, mais fundo, com mais força. Os movimentos tornam-se ritmados e profundos, enquanto os nossos beijos nos deixam quase ar.
Ele dá uma palmada no rabo e com a outra mão vai passeando pelo corpo, beijando e apalpando os meus seios, até chegar ao meu pescoço e dar a pressão certa fazendo sussurrar o seu nome.
Rodando sobre mim, vai ainda mais fundo, e é impossível controlar aquele grito de sentir-me preenchida. O ritmo só aumenta, as minha unhas vão ficando cravadas pelo tronco e braços. Enquanto ele sem diminuir o ritmo, agarra-me no seio e com a outra mão masturba-me no clítoris que pedia por atenção de tão duro que se encontrava. Movimentos certeiros, gritos e ondas de orgasmos invadem o meu corpo.
Sem piedade, ele faz-me ficar de quatro, com o rabo empinando. Era impossível não o provocar naquela posição que me fazia sentir tão carnal e totalmente a disposição dele. As mãos passeiam pela minha vulva tão molhada que escorria, e ele fazia questão de me provocar com movimentos tão simples no clitóris mas que me faziam tremer na onda de adrenalina que ainda percorria o meu corpo. Ele volta a preencher-me, agora analmente, fazendo-me revirar os olhos de prazer. Aqueles centímetros que iam entrando e gradualmente aumentando de ritmo, deixavam-me num estado de êxtase descomunal. A olhar pelo canto do ombro, vejo a cara de sádico e do quão carnal ele também é.
Com os corpos já suados e sem diminuir o ritmo, sinto-o a crescer ainda mais dentro de mim. Ele puxa-me contra o tronco e sussurra-me algo que não consigo perceber mas facilmente imagino o que seja por ir direto ao meu clitóris e começar a estimulá-lo da maneira como entrava e saia dentro de mim. Não foi preciso muito para ambos chegarmos no auge e ficarmos a contemplar aquela sensação de paraíso na terra.
Caímos na cama, cobertos de suor e tesão que percorria os nossos corpos por ondas. Encaixo-me nele, com a cabeça no seu peito e uma da mãos pousada no seu coração. Enquanto sinto os dedos a navegarem pelo meu corpo.
Saio sorrateiramente da cama sem ser capaz de olhar para a tranquilidade com que ele dormia.
Pego na camisa branca dele vestindo-a e as minhas roupas espalhadas pelo quarto. Vou até a casa de banho arranjar-me e coloco a carta no lenço vermelho que ele as vezes gostava de me roubar e usar.
Faço-lhe uma carícia no cabelo despenteado e dou-lhe um beijo leve nos lábios, quando me estava para levantar ele puxa-me fazendo-me ficar enrolada nos seu braços e sussurra "amo-te". Prendo as lágrimas e sorrio, "eu também te amo rei do inferno". Tal como acordou, volta a adormecer.
Dou uma olhada a sua serenidade, ao seu corpo nu musculado e preenchido de cicatrizes, coberto pro um lençol e fecho a porta atrás de mim.
"
O amor é um sentimento complicado. É um sentimento que emana esperança sobre o mundo. É uma emoção tão forte e avassaladora. É capaz de mudar uma pessoa, e deixar marcas para a eternidade.
Foste conquistando-me com o teu lado misterioso. Sempre a manter a tua distancia, mas a permitindo que me fosse aproximando. Aos poucos as nossas companhias foram-se acostumando. As poucas palavras trocadas passaram a ser para conversas pela noite dentro durante as noites de vigia (mesmo que não fosse uma das nossas).
Perante a tua persistência, passei a juntar-me a alguns treinos. Manter a distancia e a relação exclusivamente de amizade já era complicado com a cumplicidade que foi crescendo, e mantinha-me refém de estar apenas a fazer companhia e precisar de apanhar um pouco de ar fresco ao ver-te de tronco nu.
Só essas memórias fazem o meu sangue ferver. Sentir a tesão acumular-se, querer sentir o teu corpo, cada centímetro. Entregar-me para que me levasses à loucura.
A tua teimosia era tanta quanta a imagem de mistério que passavas, e também fui fraca a esse ponto. Comecei a juntar-me aos teus treinos, com a tua ajuda, a sentir a tua pele na minha. A controlar a respiração e a saliva. A manter a mente no presente e não a deixar levar pelos pensamentos de como queria que me fodesses, que me comesses, que me fizesses apenas tua naquele momento, que me mostrasses o inferno que te virias a tornar sobre mim. Sei que o sentimento era reciproco, assim que percebias como o meu corpo reagia, não resistias a provocar, até onde eu seria capaz de manter a minha sanidade.
Era um jogo entre nós.
As pequenas insinuações de colocares o teu corpo mais colado ao meu.
Uma fraqueza humana que fui jogando em público. O teu embraço quebrava a imagem misteriosa. Pequenos toques, provocações com duplo sentido, roubar-te por um segundos e lançar à ti e sussurrar-te o que queria que me fizesses e desaparecer em segundos.
Era excitante, era a maneira como nos relacionávamos. Ambos queríamos, mas algo sempre nos impedia quando os nossos corpos ficavam colados e sentíamos a respiração um do outro.
Até ao dia em que insónia tornou-se insuportável, o ambiente do aquário não era mais suficiente. Sabia que não era a tua noite de vigia, fui direta até ao teu quarto e antes que pudesse bater à porta, fui surpreendida por tu a abrires. Puxas-me para ti, envolvendo-me no teus braços e dizes-me: "por favor não consigo mais aguentar, preciso de te ter". Naquela noite os nossos corpos uniram-se num só. Aquele desejo que foi acumulando ao longo de semanas, irrompeu entre gemidos e gritos, mostrares-me a força bruta que superou as minhas fantasias. Cravei na minha memória cada parte tua, porque foi nessa intimidade que me mostraste o Roronoa Zolo que mais ninguém tinha sido capaz de conquistar.
Essa noite foi mágica. E a partir dessa noite que se tornou num dia sem sairmos do quarto, o meu desejo era ficar ao teu lado. As noites de vigia que começavam com conversas e acabavam com os corpos a suplicarem só por mais um orgasmo, as pausas durante as missões onde já todos nos colocavam de propósito na mesma equipa e parecíamos dois adolescentes com as hormonas a flor da pele, entre brincadeiras e beijos que acabavam por me deixares mostrar que também podia ser o inferno ou o céu na terra.
És a minha perdição! Ensinaste-me a amar, a sentir uma felicidade que não cabe no peito, a sentir-me especial e única.
E agora é hora desse amor ensinar a aguentar a saudade, a não perder a esperança.
Os nossos destinos irão voltar a encontrar-se.
"
Tinha chegado à altura de me separar dos companheiros a quem passei chamar família, de me separar da pessoa que me fez amar mais do que a mim mesma, e seguir com o meu sonho.
Ser a pessoa que iria dizer a verdade ao mundo e deixar de viver nos bastidores.