Letras Obsessivas
Quando era criança e adolescente lia bastante. Foi a partir do momento que conseguia ler e escrever corretamente. Os meus pais incentivaram bastante ao comprarem-me livros, e eles próprios também gostarem de ler ou escrever. Educativos, Aventuras, Fantasia.
Daí começou a surgir uma pequena fagulha de paixão por escrever. Pequenas palavras que ligava formando frases. Pequenos textos de fantasia. A criança cresceu e entrou na adolescência. Fantasia continuava a ser o que gostava mais de ler. Dei a oportunidade aos romances, mas foram os que continham mistério, ficção cientifica, thrillers que cativavam-me.
Lia quase mais do que escrevia. Até começar a escrever fanfics sobre jonas brothers. Era uma adolescente, filha única, crescida e criada numa cidade pequena. A minha companhia eram as palavras e a própria imaginação. Continuei a crescer, e os meus gostos literários e escritos a evoluírem. A minha escrita tornou-se pesada, obscura e baseada totalmente em emoções e sentimentos. E nessa altura, descobri a série Death de J.D.Robb, foi paixão ao primeiro livro. Mistério, policial, ficção, spicy q.b. para o estilo de livro. Ao mesmo tempo, foi quando José Rodrigues dos Santos começou a ganhar nome (sendo que eu e a minha mãe gostávamos e ela tem a coleção completa, eu fiquei pela metade).
A adolescente começou a tornar-se numa jovem, abandonou o processo de ler por completo, e a escrita tornou-se por fases ligadas a acontecimentos da vida. Períodos completamente afastados das palavras e outros que era o escape palpável para colocar o que sentia cá fora.
A jovem tornou-se adulta, e embarcou numa aventura que nunca esteve planeada ou sequer sonhada. A escrita voltou por necessidade, mas também saudade. Aquela fagulha de paixão voltou a reacender. E não voltou a apagar-se. Como tudo e nada é linear, alturas mais intensas e alturas com o mínimo. As minhas notas digitais, comprovam-no.
Por curiosidade, tempo e guilty pleasure de ser otaku, comecei a ler fanfics. Foi uma explosão, acordou o monstro literário dentro de mim. E desde há um ano, que o meu foco tem sido escrever fanfics. Fantasia, sci-fi, extra spicy, lutas, angústia, comédia, romance. As palavras mais soltas continuam a sair quando são necessárias, mas acabei por colocar as minhas emoções e sentimentos naquelas histórias.
Apesar de ler bastante fanfics, e achar tão curioso a enorme diferença entre o português e inglês. Como dois lados opostos da mesma moeda. Voltei aos livros, óbvio que J.D.Robb, quero ler a coleção completa. No entanto, graças ao mundo da fanfic ser mais virado para o spicy, acabei no mundo do booktook e re-encontrei a luz que faz-me ficar a ler, novamente, até perder noção das horas e que existe um mundo ainda mais real do que já estou envolvida.
Escrita de mãos dadas com a leitura. ❤️
Tem sido uma aprendizagem. Vejo claramente o crescimento e como a minha escrita melhora ao longo do tempo e processo. Ainda é um longo caminho, porque autocrítica está sempre presente.
No entanto, há textos que ficaram comigo. As fases mais obscuras trazem um peso e tom indescritível para as palavras. Frases que surgem de momentos quando consigo superar o bloqueio do escritor ou uma mudança repentina na história, ou num capítulo. Aqueles momentos descritos nos desenhos animados, ao aparecer uma lâmpada acima da cabeça.
Sim, é um hobbie, que floresce uma paixão.