30&?
O que é feito dela?
As palavras continuaram, tomaram outros rumos por outros mundos. Foi uma re-descoberta que manteve a chama a acessa. Um porto seguro.
O mundo mostrou as suas cores de rispidez. Fechei-me em mim, as paredes foram erguidas. Presa num conforto desconfortável. Sombras vindas da luz e da escuridão.
Uma mulher que nas mais abruptas ondas perdeu o sorriso, mas nunca a vontade de (sobre)viver.
Estou aqui!
Resiliência é a pedra que é estável na instabilidade. Em busca das respostas para perguntas que vieram com consciência que foi florescendo. Preserverância, um bicho difícil de destruir. Uma estabilidade frágil, mas possível de continuar a ter esperança.
Não é numa gaiola que me encontro, por mais partidas que a minha mente me pregue. É um espaço com luz e seguro, pode estar amontoado com caixas, com cantos questionáveis e carregados de pó. Contudo o que mais trago comigo é a consciência e certeza que cresci e amadureci. Com muitas reticências, pontos de interrogação, questionamentos. Só que é essa a essência do ser humano.
Planos para fazer surgir sorrisos, para construir memórias, para descobrir o que ainda precisa de ser descoberto. A um dia de cada vez.
E o presente?
À procura. Reformular. Reencontrar.
Dizem que na casa dos 30, a vida tem tendência a trazer estabilidade mas no interior as mudanças pedem para acontecer. E numa geração onde mudança é a palavra que mais se ouve, não sou a exceção.
Setembro. Aniversário. Hora de pausar, contemplar, respirar.
Colocar em vocabulário o que se passou num ano é ter que contar na 3ºpessoa. Sinto que foi assim que o vivi. Em temporadas de despersonalização, em pontos de intensidade, em eras amurgadas, em instantes de resistência.
Navegando por águas pensando que eram conhecidas, só que era nas brumas escondidas que os contratempos esperavam pacientemente. As sombras podem ser cruéis, mas os conforto inesperado dos monstros entorpeceu.
Envolvida na alegria da dança, abraçada ao corpo dorido de descobrir que é condicionado, gozar a adrenalina, apreciar o pequeno que carrega carinho e satisfação. Uma bolha carregada.
30&?
Graça na desgraça. Um disfarce tão perfeito da ironia da existência.
Necessidade de olhar e não ignorar. Achar o que ficou perdido. Colar o que foi partido. Estimar o que suportou e ficou.
Parabéns a ti! Criança, adolescente, adulta.
Parabéns a mim! Com um sorriso. Das profundezas ou dos fictícios. É a essência da alma.
Parabéns!
Seja perto ou longe, seja na calma ou na tempestade, seja entre risos ou lágrimas.
Seja no existir, no viver, no sobreviver.