Abismo
À beira das escarpas. No fundo do vale. Olhar para cima e para baixo, mas a dissociar com o ruído interno. O vazio no sobrecarregado de estar sem emoções, querer sentir sem sucesso.
A sensação de voltar àquela terra perdida tão conhecida mas desconhecida. Sem motivação, sem saber como sentir, reagir, processar. Estar sem estar, pela procrastinação, pelo começar e desistir logo nos segundos seguintes.
Muito esforço para o corpo que esta sobrecarregado, no limite do exterior devido ao interior. Estar no limbo, sem conseguir digerir o tempo, perceber as lições sem as emoções, um constante revoltar. Gatilhos, traumas, criança interior, adulta. Intensidade, planos que fogem do controlo perante a fragilidade do emocional e corporal. E mesmo na desconexão ouvir a intuição e deixar fluir, estar e lutar contra a vastidão do inconstante.
Uma gota que faz transbordar, as águas mexem-se para uma enxurrada de sentimentos perante o vale de entorpecimento que controla o corpo. Não é linear, não é certo ou incerto, é a perdição na hora negra da alma. A ilusão cresce: amarras sufocam, corpo letárgico na luz e inquieto na escuridão, clarão ténue e distante, movimento sem sair do lugar, respirar irregular. Sobre si, envolta num nevoeiro denso, brilho inconstante sobre o fulgor de corpos que estão em modo de reajustar, guerreiro pela vida mas entorpecido pela intensidade da mesma.
Sicronicidades que a intuição e alma sabiam, mas que por baixo da camada não revelada, reaparece o desafios chaves que a alma veio para cumprir. E perante o esforço de voltar, mensagens surgem. Eu superior bate palmas, presente fica no vazio a contemplar e agarrar-se aos ensinamentos, a criança pede mais porque só assim é possível continuar.
Até que a ansiedade aparece de mãos dadas com o pânico, situaçoes que saem fora do controlo por toda a desconexão, de esquecer as lições mais simples mas profundamente importantes. De esquecer o caminho percorrido e todo o peso que traz que é preciso controlar, de permtir o ego assumir o controlo ao invês do racional. Não é mais só uma alma solitária, nem uma só estrada. É trabalhar para objectivos comuns, é puxar as crenças para serem trabalhadas e colocar tudo por palavras.
Consciente das feridas, das diversas formas do comportamente humano, das feições que o amor têm, dos traços do ego, dos erros constantes, da fragilidade do ser humano. Trabalho de sombra intenso, lágrimas que aparecem sem aviso levando o corpo a tremer, à dor pedir por sangue, um corpo que entra em letargia de depressão pela responsabilidade dos seus erros. Esperar, ir para dentro para curar, mostrar e agradecer.