asas de sangue
pequena e fraca em asas cobertas de sangue.
sem saber em que direção seguir. tão simples como subir ou caminhar sobre o desconforto das pedras.
impedida pela pena que vêm do coração, e travada pelas muralhas de entorpecimento.
um ser humano que não é perfeito, uma falha perante a sociedade. uma personalidade diferente que é colocada na caixa de problemática e difícil. onde encaixar? como encaixar?
em que tempos é que larguei a mão de sentir felicidade? de amar? de não sentir estar a passear pelos penhascos.
caótico, no meio de uma liberdade extravagante. quem sou eu, entre os estilos que me fazem vibrar, as palavras que me permitem sonhar e escapar, entre as muralhas de ficar escondida da realidade.
perdida. cansada. despedaçada. fraca. despersonalização.
presa em mim mesma. fugida do mundo.
sem dar importância. sem amoldar-me, nas mais diversas situações. sem a energia para continuar.
mente numa impermanência, abatida, esmaecida. em sobremodo com todas as vozes.
caída de joelhos num chão frio oco e vulnerável. com lágrimas que percorrem a face e caem sobre o corpo. feridas impercetíveis que ardem. uma vontade que quer ignora o perigo. um padecimento lento.
quanto peso nas gotas que escorrem pelo corpo...
até onde é que as asas aguentam...
qual o limite de feridas que reabrem...
até onde pode ir a renúncia de mim mesma...