cidade sem luzes
Sozinha, sentada a um canto. Isolada com os seus monstros, que por breves momentos de fraqueza, entraram e ficaram. O mundo voltou a escurecer, os dias passaram a ser a rotina do preto e branco, as noites a lutar contra si mesma. Deixem-na chorar, mas não a deixem.
Sorrisos e vivacidade que escondem o buraco da sua alma. Como um corrosivo, os medos, inseguranças distorcem a realidade, não parecendo mais viver, mas sim sobreviver. Perdida, mas com rumo, dolorosas são as horas em que os monstros vencem. Chora, mas levanta, porém, a cor que sente é a escuridão a puxá-la mais uma vez e que só quer aliviar a alma derramando o vermelho de tudo o que sente.
Há um arco-íris, mas sozinha ela não o consegue ver. Apesar de força e esperança estarem lá presentes, os monstros são mais fortes na falta de palavras de encorajamento e acreditação.
Numa cidade sem luzes ela vagueia, esperando que aos poucos conseguir afastar os monstros da sua mente, e reencontrar-se nos pequenos detalhes do que a fazem sentir viva.