Espiral da ansiedade
A ansiedade entorpece a mente. O pânico bloqueia o corpo. A depressão instala-se e coloca um stop. Começa a espiral de cair na terra de ninguém.
Deixo de trabalhar em mim própria. Um caminho a deslizar para deixar o ego, feridas e medos tomar conta da minha pessoa. A energia para cuidar de mim fisicamente e mentalmente esgota-se rapidamente. Não quero sair da cama, se o faço mudar de roupa nem sempre é algo que vá acontecer. Comer apenas porque o meu corpo pede. Esquecimento de tomar o que é necessário, de efectuar as tarefas básicas. Obrigo-me porque não estou sozinha e o meu lado virgem vai ganhando. Fico colada no netflix para fugir à realidade de como me sinto (vazia, inundada de emoções, ideias constantes) e da energia necessária para actuar.
Tantos são os projectos que estão em stand-by por ficar agarrada às crenças, que sei que sou capaz de ultrapassar. Mas é preciso coragem que se esvanece com todo o cansaço e peso que o corpo sente. E tudo começou porque o corpo quebrou e depois é uma bola de neve... Dias que diminui ou é colocada a um canto e a fluidez retorna com aquele assombro de viver. Dias em que aumenta e aumenta levando tudo à sua frente, perdendo-me pelo meio da confusão, perdendo-me de mim própria.