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11
Dez24

História sem Renas

alma de bii yue

Era uma das noites mais frias do Yule em Skaldhus, uma pequena aldeia rodeada por montanhas cobertas de neve e pinheiros que balançavam sob a leve brisa. A aldeia estava iluminada por velas e lanternas, cujas chamas dançavam em harmonia com o vento gelado. No centro da praça, uma fogueira grandiosa aquecia os aldeões, que começavam a reunir-se para a tradicional celebração da época.

No meio da confusão de risos e conversas animadas, a figura de Sigrid emergiu. Anciã e respeitada líder espiritual da aldeia, era conhecida por sua sabedoria e pelas histórias que contava nas noites de Yule. Com o seu cajado decorado por runas, ramos de azevinho e rodelas de laranjas secas, ela subiu numa pequena plataforma improvisada e bateu três vezes no chão. O som ecoou, e o burburinho diminuiu até se transformar num silêncio congelante.

Boa noite, e obrigado por estarem aqui todos — começou Sigrid, a voz firme, mas acolhedora. — É mais uma noite aquecida pelas celebrações, onde partilhamos os laços e sentimentos criados. No entanto, hoje trago uma notícia um pouco preocupante.

Os aldeões entreolharam-se, intrigados. Sigrid respirou fundo antes de continuar, e sentar-se na beira da plaforma. O seu olhar percorria as pessoas, mas focavam-se especialmente nas crianças à frente, que esperavam pelo conto tradicional. 

Recebi uma mensagem dos suspiros que o vento traz. As renas... estão de greve.

Um silêncio incrédulo caiu sobre a multidão. O primeiro a falar foi Sven, o ferreiro da aldeia, que soltou uma gargalhada nervosa.

Greve? Mas como? — perguntou, com o semblante confuso.

Porque nesta história são usadas como um transporte, tal como para nós. Mas há umas diferenças — explicou Sigrid, satisfeita pelos suspiros e sorrisos que apareceram — São mágicas e capazes de voar pela noite adentro. Puxam um trenó carregado de presentes, e tem que os entregar a todas as aldeias deste mundo vasto

As crianças começaram a murmurar entusiasmadas, os adultos cruzavam os braços e partilham sorrisos. Astrid, uma criança aprendiz de carpinteira, levantou a mão.

Mas as renas são bem tratadas? Afinal, elas têm uma enorme resistência e são indispensáveis para percorrer longas distâncias. — perguntou ela, a voz carregada de inquietação.

Sigrid, não consegue conter um pequeno riso de satisfação com aquela pergunta.

— Claro que sim, minha pequena. —  responde, ajeitando a manta de lã que trazia aos ombros. 

 

//

No Pólo Norte, a oficina do Pai Natal estava num alvoroço. Os duendes corriam de um lado para o outro, tentando manter a produção de brinquedos em ordem, mas o clima era de tensão. Na sala principal, o Pai Natal estava sentado na poltrona vermelha, com o gorro levemente torto e a barba despenteada. Diante dele, uma pilha de cartas de crianças aguardava resposta, mas ele não conseguia concentrar-se.

Que confusão, ho, ho… ai, ai, ai! — suspirou ele, olhando para o telemóvel. — Se não resolver isto, metade do mundo ficará sem presentes.

A Sra. Natal, que tinha acabado de preparar bolachas, entrou na sala com uma chávena de chocolate quente.

Querido, precisas de relaxar. Pensa com calma, e vais encontrar uma solução.

Mas como? O trenó precisa das renas. Não há outra forma de voar! — exclamou ele, desesperado.

A Sra. Natal olhou para ele com aquele olhar de quem sabia mais do que deixava transparecer. Sentou-se ao seu lado e apontou para o telemóvel na mão dele.

Por que não usas uma dessas aplicações modernas? Já ouviste falar de Uber?

Uber? — repetiu o Pai Natal, franzindo as sobrancelhas. — Isso não é aquela coisa que as pessoas usam para chamar carros?

Exatamente. Se não tens renas, talvez consigas um carro que faça o serviço.

O Pai Natal piscou algumas vezes, como se a ideia fosse absurda demais para ser verdadeira. No entanto, ele sabia que não tinha alternativas, e não custava tentar. Seguiu os passos, e por fim uma mensagem apareceu no ecrã "O seu condutor está a caminho."

Bastaram algumas horas, e do lado de fora da cabana, um carro preto aproximava-se deslizando pela neve.

Luís, um jovem condutor da cidade grande, tinha aceitado a proposta sem prestar atenção ao destino exato. Apenas notou que era incomum e pensou que alguém talvez estivesse a fazer uma piada.

Quando finalmente chegou ao ponto indicado, ficou boquiaberto. Diante dele estava o trenó do Pai Natal, as luzes mágicas piscando, e ao lado, o próprio bom velhinho.

És tu o Luís? — perguntou o Pai Natal, inclinando-se para olhar pela janela do carro.

Luís piscou algumas vezes, confuso.

Sim... mas o senhor é... o Pai Natal?

Em carne e osso! — respondeu ele com um sorriso. — Precisamos de ajuda para salvar o Natal. As renas estão de greve, e isto foi a única alternativa que encontrei.

Luís olhou para o banco de trás do carro e depois para o trenó.

Mas como vou carregar tudo isso?

Não te preocupes com o trenó — disse o Pai Natal, levantando um saco enorme e pesado, sem qualquer esforço — O saco é mágico, e contém tudo o que preciso. Só preciso que me leves para entregar os presentes.

Luís hesitou. Era absurdo, quase impossível. Mas, no fundo, ele também sabia que era um trabalho, como tanto outros.

Certo, Pai Natal. Vamos a isso.

 

A primeira paragem foi numa pequena cidade. Luís estacionou o carro, e o Pai Natal saltou com o saco às costas. Luís esperou no carro, ouvindo ao longe o som de risos e sinos. Quando o Pai Natal voltou, tinha um brilho no olhar.

Uma entrega perfeita! — exclamou ele. — Vamos para a próxima.

Conforme a noite avançava, Luís começou a sentir a magia daquela missão. Cada paragem era única: uma casa com luzes coloridas, outra com uma lareira acesa e uma árvore decorada com delicadeza. Em cada lugar, o Pai Natal deixava algo mais do que presentes; ele deixava esperança e alegria.

Nunca pensei que o meu trabalho como condutor fosse tão... importante — confessou Luís enquanto dirigia para o próximo destino.

Todo trabalho tem o seu valor, meu amigo — respondeu o Pai Natal. — Esta noite, estás a fazer parte de algo maior.

Luís sorriu, sentindo-se inexplicavelmente orgulhoso. Nunca imaginara que, numa noite de Natal, onde tinha decidido ficara a trabalhar, para conseguir juntar um pouco mais de dinheiro para começar o sue próprio negócio, estaria a ajudar o Pai Natal.

Porém, a tarefa não foi sem desafios. Numa das paragens, o carro ficou preso na neve, e os dois tiveram de empurrá-lo. Noutra, um cão farejou o saco mágico e começou a ladrar, quase revelando o segredo ao dono. Apesar disso, conseguiram superar tudo com trabalho em equipa e boa disposição.

 

Finalmente, ao raiar do dia, chegaram ao último destino. Luís estacionou o carro, exausto, mas satisfeito. O Pai Natal voltou ao veículo depois da entrega final, com um sorriso cansado, mas triunfante.

Conseguimos, Luís! Salvámos o Natal.

Luís olhou para o horizonte, onde o céu começava a clarear, e sentiu uma mistura de alívio e nostalgia. Nunca esqueceria aquela noite.

Foi uma honra ajudar, Pai Natal.

Foste incrível, meu amigo. — O Pai Natal tirou algo do bolso e entregou a Luís. Era uma medalha dourada, brilhando como se fosse feita de luz. — Um pequeno presente para te lembrares desta noite.

Luís pegou na medalha e leu a inscrição: “Ao condutor mágico de todos os tempos.”

Obrigado, Pai Natal. Isto significa muito para mim.

O Pai Natal acenou e, com um último “Ho, ho, ho!”, desapareceu num lampejo de luz dourada. Luís ficou ali por um momento, a olhar para o céu vazio, antes de voltar para o carro. Sentia-se diferente, como se tivesse vivido um sonho que, de alguma forma, era mais real do que qualquer outra coisa.

 

 

De volta à aldeia de Solstício, Sigrid terminou de contar a história aos aldeões. A fogueira agora era apenas brasas, mas o calor das suas palavras mantinha o espírito vivo.

Então, vejam, mesmo sem as renas, o Pai Natal encontrou uma solução. E sabem porquê? Porque a magia não está nas renas, nem no trenó. Está na vontade de fazer a diferença, na bondade e na ajuda mútua.

Os aldeões explodiram em aplausos. As crianças, inspiradas, começaram a dançar ao redor da fogueira, e os adultos levantaram canecas de hidromel para brindar àquela noite mágica.

Time Flys Away ☽ ☾

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