*o caos da distância
Já está quase, mas ainda faltam as últimas semanas, as piores que virão. As saudades tornam-se dolorosas e cada vez mais insuportáveis.
O meu corpo, a minha mente, o meu coração gritam e choram por ti. Quero-te de volta, preciso de ti ao meu lado e não a milhares de quilómetros de distância. Estou saturada e magoada destes meses que fui obrigada a ficar sozinha. Não o quero mais...
Posso gostar demasiado de ti, continuar a ser demasiado apegada a ti mas não me importo. É a pessoa que sou, aprendi a sofrer em silêncio e esconder as dores e feridas com um sorriso. Posso parecer que estou bem, não o estou. Estou um completo caos, com o coração em mil pedaços, só que fui obrigada a colar-me e fingir que consigo ser mais desta nova pessoa do que realmente sou. Perdi conta as inúmeras noites que adormeci a chorar, as crises de ansiedade, aos ataques de pânico que surgiam pelas coisas minímas, as vezes que olho constantemente para o telemóvel a espera que sejas tu.
A distância é mais complicada e complexa do que as pessoas de fora pensam. No tempo certo para ti, no tempo errado/certo para mim. Cresci e é bom olhar para trás e ver o quanto mudei, mas é sufocante perceber e sentir a dor. Olhar para o trás e as recordações a formarem-se e pensar no tempo perdido, olhar para a frente e ver que mais uma vez esta tudo prestes a mudar.
Os dias são cada vez mais apelativos e desafiantes. A minha rotina continua, sempre a tentar distraír-me do futuro que quero adiar, porém inevitável, porque preciso do nosso ninho de volta. Preciso que me dês aquela coragem constante. Quero estar bem por mim, por ti. É a reta final, já passaram inúmeros meses, mas é mais difícil lidar com as emoções e sentimentos porque existe esta espera de cortar a respiração e fazer o coração cortar-se ainda mais.