Onde estás tu, mulher selvagem?
O êxtase chega de forma intensa e em pulsações. E logo a seguir vem as lágrimas e com ela toda a dor acumulada. Tristeza, saudade, raiva, ciúme, desapontamento. O coração dói com a dor emocional.
O cansaço, semanas em aprendizagem, compromissos, e o tempo livre passado a tratar de outros projetos ou simplesmente a ver netflix, reprimem o meu lado selvagem desde que entrei neste mundo adulto. Algo que me causa alguma revolta, porque sempre foi algo tão presente e abundante. É como se uma parte de mim fosse esquecida, trazendo uma sensação de não saber o que fazer para libertar mais as emoções. Um acumulo, uma falta de mim mesma, um negar da minha liberdade e do meu corpo.
É revoltante combater esta sensação, porque era algo que era tão natural e agora tenho que me obrigar a encontrar-me comigo mesma. Encontrar o equilíbrio tem sido o desafio de meses, especialmente quando os corpos pedem descanso que nem sempre conseguem ter.
Mulher selvagem estou aqui, entrego-te o meu corpo, invade-me de sensações de prazer, de liberdade, de poder, de ser uma só com todas as outras.