Um dia de verão nos anos 2000. Os dias eram abafados, só ao final do dia começava a levantar uma brisa que atenuava a temperatura que se instalava. Com uns shorts, um top e como sempre com os chinelos perdidos ou roubados pelo cão. Ignora a busca deles e desce a correr as escadas de mármore a escaldar. No pátio fica a brincar com o cão, a correr em voltas, cima e abaixo. A mãe desce para ir regar o jardim, ela vai buscar a corda e arco para continuar a brincar. Ate que se cansa e no momento que estava a respirar para recuperar, sopra uma brisa morna de vento mais forte, que a faz estagnar e parar no tempo. 

Um ser a respirar, a sentir o vento contra o seu pequeno corpo, a absorver a energia do final de um dia de verão, a sentir-se protegida por algo que ainda não conseguia entender.

"O que estas a fazer ai parada?", pergunta-lhe a mãe. Ela acorda para a realidade e não responde, porque por uns momentos sentiu-se em total harmonia, livre e guiada.

Desafio da Mula e da Mel