perdida na insônia
Insônia. Perder a conta a quantas vezes já virei e revirei a cama. O cansaço no corpo, mas a hiperatividade na mente. Os sentimentos a voar ao sabor do vento, vão e vêm, tal como as lágrimas. O repensar de decisões, o sufocar do pensamento de não sou capaz, olhar em volta envolvida na mentira do conforto criado.
A solidão abata-se, não te tenho ao meu lado. A saudade denuncia-se e faz o coração doer. A tua presença, o nosso canto, o teu abraço. A rotina, os abraços, os fins de semana. Sentir o teu cheiro, o teu corpo contra o meu. O meu porto seguro que está tão distante... Os medos atrapalham-se, sem data, sem respostas, apenas uma espera no seu início.
Corpo e mente precisam de descanso, mas tudo grita, tudo dói, tudo se encolhe. O vento sopra mais forte em sintonia com o que sinto, com o que guardo cá dentro. Esta tudo bem, mas não esta tudo bem. 50/50 ou é um mecanismo de defesa?! Fins de semanas e noites custam. Fico perdida na memória, a revisitar fotos e a suspirar pelo que deixei.
Sinto-te ao meu lado a respirar, o gato encostado às minhas pernas. Mas é uma mera sensação de conforto longínquo. As lágrimas escorrem por fim, o calor da ansiedade faz-se sentir num corpo gelado. Dor contra dor, suspiro contra suspiro, pensamento contra pensamento.