Qual é a história da minha vida?
Poderia dizer que é uma história emocionante, mas é um percurso de vida com altos e baixos, onde errei mas também tenho vindo a aprender imenso.
Este primeiro paragrafo, foi o que tinha escrito quando me surgiu a ideia, depois de ver um vídeo da Cassey Ho da Blogilates. Mas desde então que ficou nos rascunhos, por meses e meses e quase de certeza que passou 1 ano.
Até ter pegado nesta pergunta e colocado no papel. E escrevi, escrevi, escrevi... Por mais de 1h, as palavras iam saindo, ia revivendo os momentos mais marcantes, as emoções e sentimentos. Olhar nos olhos da criança, da adolescente e da jovem, até chegar a jovem adulta que sou hoje. E a altura de ter começado esta aventura. É um exercício poderoso, porque a história é poderosa e estamos completamente enrolados nela, sem darmos conta do valor. O que os momentos bons e maus trouxeram e fizeram por nós e o que somos neste presente. No entanto, a maneira como contamos essa mesma história aos outros e especialmente a nós mesmos é uma outra conversa.
Vulnerabilidade! Para connosco, de pemitirmo-nos reviver as dores e alegrias, a estagnação e a progressão, os erros e as lições, de encarar as pessoas que fomos. Enfrentar momentos que nos trazem dor, tristeza, vergonha, descobrir traumas e a origem das crenças. Dar a mão à sombra e ir dando pequenos pulos de coragem e esperança. Permitir sentir, dar colo e amor, usar o poder interno. Porque ser vulnerável é o que esta a ser pedido no momento actual e é algo que me custa imenso. Dar-me permissão para pedir ajuda, mostrar as minhas verdadeiras faces, o que tenho tendência a guardar dentro de mim, e usar a minha voz, tem sido poderoso e transformador no interior e exterior.
Não é fácil, continua a existir um muro que não consigo transpor por impedimento próprio. medos, uma vez mais. Tenho muitas máscaras que uso e abuso, que estão impregnadas em mim devido a um mecanismo de defesa criado ao longo de anos para me proteger, mas também para me impedir de ver para lá do que o ego não queria. Lutar todos os dias, compreender a sombra, usar a minha voz, ser fiel à rotina de amor próprio.
Quero reescrever a minha história, apenas com uma visão mais alargada. As minhas pessoas fizeram o melhor que podiam com os recursos que tinham. Sou grata pelas lições que aprenderam, pelo que viveram e como me veem. Por isso, o meu reescrever é apenas olhar com outros olhos. Os momentos menos bons e onde não se sentiram amadas, estão agora a serem amadas e aceites. O amor e aceitação existiam, mas de maneiras diferente da que queriam receber e não eram capazes de entender, e esta tudo bem nisso. Porque eu agora entendo e sei que nunca estiveram sozinhas. Eu acolho-as, eu perdoo-as, eu amo-as e eu dou-lhes colo e amor. E hoje sou grata por há um ano atrás ter começado a dar os primeiros passos para me re-encontrar.