Mercado de Natal - Conto de Natal
A melhor representação da época de festividades, não era aqueles dois dias que se baseavam na família e na troca de tempo e presentes, mas sim as grandes festas comemorativas, que agora eram conhecidas como mercados de natal.
Penosos e longos anos passados na escuridão, em que a única companhia eram os livros que conseguia do único cientista que sentia um pouco de compaixão pela sua situação. Nasceu numa ilha de inverno, mas foi raptada e criada num laboratório, sem saber como era sentir os elementos, até ao dia em que foi subestimada e pode exercer o que lhe tinha sido infringido e começar a sua própria jornada. Observar as interações humanas, ver os costumes que lia nos livros e tentar compreender assuntos tão simples mas complicados para uma pessoa que cresceu escondida do mundo. Em busca de respostas do passado, encontrou o seu grupo, e começou a experenciar novas aventuras que lhe trouxeram felicidade e saber o que significava a palavra amor.
-Vamos, despachem-se! - gritava sem conseguir conter o excitamento.
Ela já corria pelas ruas sem conseguir lidar com aquela felicidade que lhe enchia o peito.
As luzes a decorar as ruas cobertas de neve, dando um brilho ténue no sol que começava a esconder-se no horizonte. As barracas decoradas com grinaldas e pinhas, pinheiros decorados com pequenos desenhos cravados de madeiras das mais diversas formas, as velas colocadas dentro de pequenas caixas de metal criando cenários com as sombras. Os cheiros misturados que lhe traziam um conforto que não era capaz de entender. O fresco do pinheiro misturado com o visco vermelho, as especiarias que eram colocadas nas bebidas e das comidas, especialmente gengibre e canela.
Juntamente com a sua amiga rena, que rapidamente se tornaram inseparáveis após ter-se juntado ao grupo, percorriam cada barraca a quererem experimentar as comidas deliciosas e gravarem na memória o sabor e cheiro. E sem se aperceber foi levada pelo espadachim, que nutria um carinho crescente, a experimentar as bebidas alcoólicas com as especiarias que a fizeram lançar dos sorrisos mais sinceros de felicidade que todos tinham visto até aquele momento. O cozinheiro troca-lhe a caneca por uns biscoitos de canela e chocolate que tinha feito, porque por aquele andar ela iria acabar bêbada rápido demais, e aconselha-lhe a provar diversas especialidades de algumas das cabanas, acompanhando-a.
A historiadora tinha-lhe explicado como as tradições foram mudando e moldando-se à sociedade atual, no entanto ambas interessadas pelo que se perdeu nos tempos vazios da humanidade, encontravam um agrado especial em viver a época festiva rodeadas do grupo e toda a animação que acontecia ao redor da cidade.
As horas foram passando, as ruas iam sendo preenchidas, podia-se ouvir inúmeras conversas, brindes entre canecas, crianças a correr, música da época, o estalar da madeira.
Deu por falta do o narigudo e o ciborgue, mas logo os encontrou no centro da praça que juntamente com um grupo de pessoas estavam a construir uma plataforma de madeira. A navegadora afaga-lhe os cabelos com carinho e começa a ir naquela direção dizendo que iria ser o melhor daquela noite.
Sem conter também a excitação, o capitão grita para começar a festa e sendo tão desastrado, empurra uma vela próxima que rapidamente começa a pegar fogo aquela estrutura. Os olhos dela iluminam-se como aquela fogueira à sua frente. Era como se o fogo que sentisse dentro de si, tivesse saído para o mundo.
Aproveitando aquele momento em que todo o grupo se reuniu à volta da fogueira e algumas pessoas que iam parando para se aquecerem naquele calor, o músico pega no seu violino e começa a tocar uma melodia que era famosa das ilhas de inverno. Uma melodia calma, mas com uma letra que trazia alegria e esquentava os corações, para enfrentar os dias em que a neve perdurava e as condições que as pessoas tinham que enfrentar.
Ela sente uma braço a envolve-la, deixando-se derreter contra aquele tronco lugar que passou a chamar seu, e rodeada das pessoas que a ensinaram o que era encontrar o seu lugar e a sua casa.
Conto de natal influenciado pela nova paixao de escrita criativa e de uma pessoa que ama mercados de natal!