The Lady off Shalott de John William Waterhouse
![John_William_Waterhouse_The_Lady_of_Shalott.jpg]()
Os campos ainda estavam cobertos de nevoeiro, perante o amanhecer tímido em tons de rosa. Os barulhos dos animais nocturnos são substituídos pelo animais diurnos. Um vale que se fecha para uma floresta, maioritariamente de pinheiros. E no meio desta, existe um rio, que é a fonte de histórias, temido por mitos da mente humana.
Vestido branco arrasta nas ervas com o orvalho. Capa preta com capuz que acaba por ocultar a identidade e misturar-se com místico do amanhecer. Cesto de piquenine que vai mudando de mão em mão devido ao peso. Passos leves mas com energia.
Entra na floresta respeitando o seu ritmo, e agradecendo aos espíritos. Alguns metros adentro, vira num pinheiro com um tronco marcado para os olhos de quem observa. Por entre arbustos densos, chega a uma escada que vai dar ao barco escondido entre a folhagem de início de outono.
Da mala começa a tirar itens e a criar um altar. Um pano branco bordado com runas, velas brancas, ametista, onix, jasper vermelha, quartzo, labrodite, sodalite, lavanda, rosas, arruda, canela galhos recolhidos pelo caminho, pena de corvo, espelho.
O barco começa a andar com a corrente. Capa e vestido são despidos, deixando o corpo revelar as suas histórias e perfeições. Acende as velas e fica a contemplar aquela energia, o ritual de ninfa.
Escondida da sociedade, livre da natureza. Cabelos longos e ondulados deslizando nas costas e seios. Pernas longas com cicatrizes e nódoas negras. Braços e mãos cuidados, mas mostram o trabalho. Uma face que perde a inocência e a máscara para estar à altura do é exigido.
Rodeada pelos elemento, mexendo o corpo em prazer e libertando a dor. Um ritual só dela, deixar a ninfa interior emergir...