Projeções
Em certas situações.
A forma como reagimos às outras pessoas, tem haver com a forma como nos sentimos. Agimos por impulso, sem controlo e magoamos os sentimentos da pessoa em quem descarregamos. Não damos contas das consequências, porque é um agir natural ao nosso olhar.
São projeções dos sentimentos e emoções. Tudo aquilo que se reprime, o que se quer ignorar em nós mesmos. Tomar consciência e admitir para nós próprios é complicado. Mas isso nem é o pior. O pior é perceber a causa (sentimentos, vivências) que levam a essas projeções.
É um trabalho que não acaba, um defeito que desesperadamente se quer mudar, uma conversa com nós mesmo e uma introspeção que se evita. Há sempre algo que se acumula, na grande parte das vezes sem darmos conta.
Nesta viagem de transformação, um dos pontos chaves é permitimo-nos sentir as emoções. Isto, porque não existe só positivismo, é irreal um ser humano estar sempre bem consigo, com os outros, com o que o rodeia. Existem momentos menos bons, dias maus, alturas em que parece que tudo corre mal e com isto todas as emoções negativas como a tristeza, raiva, frustração, angústia, desgosto, stress, desespero, medo, preocupação, vergonha. Ao permitir-nos sentir e questionar o porquê dessa emoção, processar e deixar o corpo libertar da maneira que desejar é o caminho mais correto para deixarmos a emoção passar e quem sabe alguma lição disso.
Ninguém quer sentir as emoções negativas. A tendência é a ignorá-las, tentar substituir por outras, bloquear automaticamente. Existe uma ideia errada de que não é suposto sentirmo-nos mal porque isso mostra o quão frágil somos, temos que estar sempre com um sorriso na cara, que se pedirmos ajuda vai haver julgamento. A verdade é que não existe mal nenhum nisso, somos feitos de emoções e programados para sentir.
Estou a aprender a deixar-me sentir. Chorar, gritar, dançar, o que for necessário para o meu corpo e alma se ajustarem. A sentir a gratidão, pelo bom e pelo mau, pelas lições, pela vida.