vamos falar dos últimos tempos
Vamos aqui falar cara à cara, com mistura de tudo ao molho e respirar para não pirar.
Começando ter ido parar ao hospital, há umas boas e boas semanas atrás, por ter apanhado uma gastroenterite que acordei e ainda hoje não sei como tive energia para descer as escadas todas da casa, ter-me enfiado num tram e ainda ter caminho uns bons 5 minutos para chegar ao hospital. Coisa engraçada, eram 7:30h da manhã, só tinha uma pessoa à frente e também era português. Só tenho coisas a louvar do atendimento em bruxelas, por só falar em inglês passaram-me para a equipa jovem, a preocupação das enfermeiras, ter um quarto só para mim, a quantidade de análises. Ao fim de umas quase 5 horas a olhar para o tecto, a sentir-me razoavelmente melhor (pelo menos mais hidratada), voltei a entrar no tram, subir a rua para ir ao hospital e o inferno de subir as escadas para o sótão. Assim que o meu corpo sentiu o conforto da cama descansou para a péssima noite e manhã. O dia seguinte ainda de cama, rodeada de água, chá, netflix e peluches para ajudar à solidão de se estar doente. Umas 2-3 semanas depois vem a 2º dose da vacina. Nem foi preciso chegar a 2 horas após para começar a fazer febre que ia desde um corpo a suar e a borbulhar e em segundos tornava-se num icebergue a derreter. O braço dorido nada era comparado as constantes subidas e descidas de temperatura durante um fim-de-semana inteiro!
Estou grata por ter tomado a vacina, especialmente pela rapidez e efeitos secundários já era mais do que expectável para o pouco tempo de pesquisa. O que é frustrante é a desregulação hormonal que veio causar (quando estava a começar a equilibrar devido aos anos de pílula com acupuntura e ayurveda), o primeiro mês após nem chegou a 24 dias, o segundo mês passou os 34 dias, com tpm que só me relembrava os tempos de quando as hormonas artificiais da pílula brincavam com o corpo. E continua, o que causa revolta porque equilibrar o sistema hormonal é o que demora mais tempo e exige despesas para ajudar o corpo a ter uma ajuda a fazer o detox e acelerar todo o processo.
Retorno de saturno aos 30 anos e a sua sombra que já cá anda a pairar desde inícios dos 26 anos. Não dá para fugir, é aguentar, suspirar e andar. Mas só tenho a dizer: *gritar interno*. Sabe-se bem a revolução que foi este ano, para além de ter sido o primeiro de um ciclo de 9 anos, a cada esquina havia uma surpresa. Apenas a começar. Retirar os pontos mais altos, já que enfrentar sombras é o prato do dia. Com treino, cobaias, ter tempo para concluir os pormenores que faltavam de cursos e pesquisas, apresentar-me ao oficialmente ao mundo, visto que era isso que faltava. Auto-promoção aqui! Agora é dar corda aos dedos e colocar por escrito, puxar pela imaginação e criar ainda mais conteúdo.
Mudanças, mudanças e mais mudanças. O meu lado que ama organização esta pleno, o problema é quando a ansiedade fala mais alto e quer dar um passo maior que a perna. E o que era a organização mental de tetris passa a remexer inúmeras vezes, ficar sentada no chão a olhar para o caos à volta e desesperar por uns minutos e voltar a repetir tudo outra vez.
Ter o bom sol do nosso país, ir passar férias à mágica zambujeira do mar, aproveitar o tempo a sós e aprender a estar no sossego com o desassossego da mente, sair do conforto e ir porque o ritmo esta acelerada e tudo certo com os tempos.
Sicronicidades! Quando dá aquele clique e wow, é sem palavras. Ver uma águia no céu a flutuar na sua liberdade. A liberdade de passar uma manhã a seguir a uma noite de tempestade na praia. O "silêncio" do oceano, o chamado da natureza e mergulhar nessa calma feroz, a luminosidade tímida e forte do sol entre nuvens a provocar a ilusão de um azul marinho claro do mar que se perde no castanho-bege da areia que é revestido por as conchas de diversos tamanhos, formas e cores.
Voltei a ler e o hábito esta a pegar e como sabe tão bem esta realização! Em menos de 1 hora li o livro "Terra Azul" da Célia. Uma história que agarra o leitor, porque a aventura esta sempre ali ao virar da esquina e com descrições que nos levam para aqueles ambientes serenos e de poder. Com um final que ensina a respeitar mas também a não desistir se é o que o nosso instinto diz.